DESPRAZER EM CONHECÊ-LO.
O DESPRAZER É TODO MEU.
PARTE 2
Considerando a generosa aceitação dos compreensivos leitores do texto pretérito acerca do assunto, no site Recanto das Letras, publicado, por mim, na data de 27 de novembro de 2.015, oportunidade em que discorri, hipoteticamente, sobre alguns tipos de sevidores vistos na vida pública, entendi ser de bom alvitre tecer alguns comentários sobre um outro tipo, igualmente desprazível, em tese, de se conhecer e, lamentavelmente, cada vez mais presente na rotina de trabalho. E fora do trabalho também.
Gentileza e simpatia são predicados desconhecidos dele. Na verdade, é uma criatura totalmente frustrada e de atitudes deselegantes acima do aceitável. Em tudo. Como servidor público, então, na essência da palavra, é um desastre ambulante. Somente "serve" a ele mesmo.
Sim, falo do arrogante. Num linguajar menos técnico e algo um tanto etílico, um verdadeiro "porre". Válido também para os "porres" de nosso dia-a-dia.
Aliás, o arrogante tem variantes para todos os gostos, mas vou me ater às duas mais comuns.
Características marcantes a tais "espécies"? São tantas, mas as que mais se evidenciam, em termos genéricos, são a insolência enfadonha e a falta gritante de educação. Na verdade, a humildade, para o arrogante, é um defeito grave e desprezível de personalidade.
Vamos lá.
Quem não conhece o arrogante da "turma do inho"? É o "tolinho", "chatinho", "metidinho ao máximo", "pequenininho"(estatura), "marrentinho" e por aí vai. A sua prepotência é quase que palpável e faz questão de transparecer que se considera, social e profissionalmente, "acima de tudo e de todos". "É o cara". "De tudo sabe tudo" e sobre todo e qualquer assunto, já viveu experiências, não havendo nada que o surpreenda ou que não conheça no mundo.
Em termos de convivência, confesso que participar de reuniões de trabalho ou de eventos sociais ao lado dessa figura , caro(a) leitor(a), "tem de ter estômago" e uma paciência sobrenatural, principalmente, quando o supra-sumo pernóstico passa a declinar as suas sempre exitosas experiências profissionais e pessoais. Na visão dele, os fatos, por ele capitaneados, somente foram bem sucedidos por conta de sua sempre irretocável e indiscutível atuação. É um fenômeno da perfeição.
Prosseguindo, em algum outro momento da vida, já cruzamos com o arrogante da categoria master. O grande mestre da arrogância é indigesto, diga-se de passagem.
Enquanto o passar dos anos confere às pessoas, na maioria das vezes, sabedoria e aprimoramento espiritual, ele vai em sentido contrário. Entrou para a vida pública com uma certa idade. E fica aborrecido com quem ingressou, nas mesmas condições dele, só que bem mais jovem. Como se alguém tivesse culpa de ter obtido sucesso antes dele, que já vinha "há séculos" tentando "um lugar ao sol", sem êxito. E, quando conseguiu, para atenuar o fator idade relativamente avançada, na verdade, sem grande relevância, no meu entendimento, passou a se conduzir, no trabalho, com superioridade pernóstica e de difícil convívio. Aparenta querer provar que a idade o fez mais experiente em tudo, mais inteligente, enfim, indiscutivelmente, "o melhor dos melhores". Haja paciência!
Para aumentar mais a carga de ojeriza que ele causa, ainda é do tipo "falador", um verdadeiro "falastrão", cuja diversão, além de aborrecer os outros com sua presença nefasta e pedante, é contar piadas em momentos inadequados. Claro, todas sem graça, como ele e sua história de vida. É um "mané", sem dúvida.
Reconhecidamente, é necessário um frequente esforço hercúleo, pelo menos enquanto durar a convivência, lidar com criaturas assim.
Preciso respirar um pouco.
Retornando ao arrogante da "turma do inho", cumpre trazer à baila as características sociais e funcionais mais marcantes. São elas:
Conforme já pincelado acima, o comentado se julga, sempre, quiçá, eternamente, muito preparado e experiente profissionalmente, fazendo questão de externar, acintosamente, a sua suposta superioridade, no trabalho, com inseparável arrogância extremada. Até a voz, pasmem, faz parte do ritual: é manipulada, aparentemente estudada e forçadamente empostada.
E a feição? É teatralmente "trancada", "fechada" , como se quisesse intimidar e se impor pelo medo, mas não assusta sequer a minha sobrinha de quatro anos, embora creia ele, piamente, que amedronta seus colegas de profissão com seu personagem "mauzinho". A ética, no ambiente de trabalho, da parte dele, praticamente inexiste.
Claro, não posso esquecer: com o orgulho permanentemente aflorado, parte para as suas "apresentações" (pitorescas) públicas, mas sempre esbarra num entrave: a sua dicção, ainda que manipulada, geralmente, é péssima e seus pronunciamentos em público, desastrosos, quiçá, risíveis. O pior é que aprecia se exibir com frequência, mostrar a sua fraca e superficial cultura, nos meios usuais de comunicação. Cômico, mas vexatório.
Já o seu trato social, valha-me Deus, ao lidar, de um modo geral, com outras pessoas, até porque se julga acima em tudo, é indubitavelmente "nulo".
Honestamente, tal ser é de causar tédio, a quem quer que seja, com o seu festival incessante de falta de urbanidade, justamente por conta de suas atitudes pouco saudáveis.
Registre-se que, se falta de educação é a marca ou o estilo adotado pelo indigesto "pedantinho", ele sempre soube ser "bem estiloso". Seria "brilhante" no quesito deselegância. Primeiríssimo lugar.
No ambiente laboral, tanto o arrogante master quanto o da turma do inho , até chegam a ocupar funções importantes na estrutura pública, mas não permanecem em tais posições. Não convencem por muito tempo.
A pedantocracia, ainda que tenha representantes tão atuantes como os descritos acima, jamais vai predominar em qualquer contexto de seriedade, profissionalismo, ética e responsabilidade.
Declino ter convivido com vários arrogantes na minha caminhada na estrada pública, todos, sem exceção, medíocres funcionais, portadores de gestuais de prepotência absurdamente desagradável, cujas sucessivas atitudes deselegantes, desproporocionais e cansativas só levam a uma conclusão: são realmente insuportáveis, mas insignificantes.
Em suma, são todos "prestadores de um desserviço público" e vários deles se encontram, atualmente, no merecido lugar profissional: ocupando espaços inexpressivos e apenas passando o tempo no serviço público, como sempre, sem nada a acrescentar. Mesmo que ainda quisessem e tentassem, não convenceriam mais ninguém, não têm bagagem consistente de experiências profissionais que os levem a ser considerados nada além de um "Zé Ruela".
Pois bem, indigestos colegas, se trabalhar com vocês, em algum momento de minha vida profissional, foi quase um exercício de suprema paciência espiritual que ainda não tenho, hoje vocês são a minha fonte de regozijo para boas e estrondosas gargalhadas.
Como tantos outros inúteis funcionais, o arrogante é comparável a um "homem-bomba" em carreira solo, com a vantagem de que só destrói a si mesmo, com a sua mediocridade avassaladora e galopante.
Sem dúvida, também foi um desprazer enorme em conhecê-lo no serviço público e fora dele também.
Ouso dizer, partindo para uma conclusão deste texto, que restou constatada mais uma vantagem em relação ao arrogante como um todo: é que parece ser, como persona, o fiel sinônimo de uma sentença que muito aprecio:
"TALIS HOMINIBUS FUIT ORATIO QUALIS VITA'
"O FALAR DOS HOMENS É IGUAL À SUA VIDA"
"O caráter de um homem é conhecido pelo seu modo de falar"
Aos arrogantes espalhados em diversos locais de trabalho, palavras finais:
Quando não mais estiverem na vida pública, se é que um dia realmente estiveram, procurem ler, estudar, se humanizar, para que, na velhice, quem sabe, possam contar com alguém além de vocês mesmos. O seu palavreado arrogante e a sua presença destrutiva de nada adiantarão e somente farão de cada um de vocês mais um que não terá cumprido a nobre lenda pessoal atribuída, com bondade, por nosso Deus a todos os seus imperfeitos filhos.
Sou muito imperfeita, sem dúvida, mas estou procurando melhorar, dentro de minhas limitações emocionais e espirituais.
É importante que tenhamos a humildade de tentar. E com arrogância, atitudes e palavras negativas, nada se consegue, a não ser o ostracismo.
Finalizando, não raras vezes, os supostamente sérios e competentes profissionais, com os quais cruzamos, se escondem em uma máscara de arrogância ou de um discurso prepotente como forma de dissimularem as suas reais fraquezas morais e, quem sabe, espirituais. Mas é tudo inútil. Não os levará a lugar algum.
Ana Maria Martins Pompílio da Hora